Hoje trago um bera que foi companheira de caixa da Cacau IPA e como o HaNB ela também veio via um clube de assinaturas – que já citei aqui – O BeerMonks! Esse clube também trás ao seus assinantes um material bem bacana que envolve a história das cervejas que vem no mês e eu falei que sempre repasso para vocês assim que tenho a oportunidade de fazer o review sobre determinado rótulo, então hoje não vai ser diferente!
De Halve Maan é a unica cervejaria ainda viva no centro de Bruges na Bélgica. Situada no coração histórico da cidade, essa tradição familiar iniciada em 1856 sobreviveu à 6 gerações que guiaram a cervejaria com um único objetivo em mente: Oferecer uma cerveja superior tanto em qualidade como em sabor sempre respeitando a tradicional arte de fazer cerveja.
Leon Maes, também conhecido como Henri I, foi o primeiro proprietário da cervejaria e com o apoio de seu tio iniciou a fabricação de sua primeira cerveja, que tinha durabilidade curta e era distribuída apenas em barris. Depois da morte de Henri I, seus filhos Henri II e Archère assumiram a cervejaria em meio a revolução industrial, onde na Inglaterra aprenderam novas tecnologias iniciando assim a fabricação de cervejas de Pale Ale e Stout. Ambos os irmãos morreram jovens em 1905, e suas viúvas continuaram a cuidar da cervejaria conseguindo assim passar o período difícil da primeira guerra mundial.
Após a primeira guerra mundial, Henri III assumiu o controle da cervejaria iniciando a produção de cervejas de baixa fermentação “lagers” após um período de aprendizagem na Alemanha.Na década de 30 a cervejaria inovou mais uma vez, iniciando um sistema de delivery à cavalo levando as cervejas diretamente na casa de seus clientes. Nos anos 50 Henri IV entra nos negócios da família e vê seus sistema de entregas a domicilio ganharem populariedade, no entanto na década de 70, o novo modo de vida tornou-se o maior vilão do modelo de negócios da cervejaria. As pessoas compravam carros e iam comprar cervejas nos supermercados , porém a cervejaria era muito pequena para atender os supermercados como clientes.
Na década de 80 o interesse por cervejas tradicionais da região aumentou. Véronique, filha de Henri IV, lançou uma nova cerveja especial em 1981. Era uma cerveja de alta fermentação loura e estava um pouco mais forte do que as outras cervejas , sendo assim chamada de “Straffe Hendrik (Henri Forte)”.A cervejaria abriu suas portas para o público nascendo assim a casa cervejeira onde os antigos dispositivos de engarrafamento e malte foram dispositivos de sala de jantar da casa, tornando-se assim um museu da cervejaria ainda sobe propriedade da família Maes, hoje nas mãos de Xavier Vanneste, filho de Véronique Maes.
Realmente uma história familiar, não?!? O que me faz compartilhar com vocês um pensamento “Será que todas as cervejas tem uma história??” Em minha opinião sim, por mais pequena que seja a produção, os rótulos e os liquidos sempre tem uma história a contar ….. show hein! Finalmente vamos a cerveja de hoje!
BEER: 52/99 Estilo: Belgian Quadrupel Cervejaria: De Halve Maan Origem: Bélgica IBU: —//— SRM: —//— ABV (Teor Alcoólico): 11% Temperatura de Serviço: 10-12ºC e Degustada: 8-12ºC Degustada em: 30/05/2013 Guarda: talvez, não tenho a confirmação, porém a validade dela ia até 2015 pelo que vi na garrafa!
Aparência
- Apesar de não ter usado um copo ideal, eu achei legal a apresentação nele. Opaca e de um marrom bem escuro, apresentou nuances em rubi (contra a luz). Teve formação abundante de uma espuma bege com média-baixa duração, porém com uma agitada no copo a espuma volta tranquilamente. Consistência também baixa para média e não possuiu lacing. Bonita cor se colocada contra a luz, se não parece meio apagada.
Aroma
- Bem intenso, trás um equilibrio bacana entre aromas maltados e lupulados. Um torrado com frutado é o que chegou ao meu nariz primeiro. O ABV apesar de alto não transpareceu no aroma. Notas doces que me lembraram chocolate amargo também estavam presentes. Agradável!
Gole
- Como de se esperar é uma cerveja alcoólica e o gole demostra isto facilmente, esquentando o corpo e não transparecendo na língua. Boa para dias frios. Mais ou menos seco é mais aveludado e trás boa carga de malte torrado, com notas equilibradas puxando ao um frutado não cítrico, não diz que ele é necessariamente lupulado. O amargor é bem baixo, apesar do torrado. Boa carbonatação. Aftertaste de duração média para longa, um pouco mais doce que o gole inicial com um torrado e frutado vindo um em seguida do outro. Não sei porque mais a maioria desses frutados de aftertaste me lembram butiá … Enfim, repetiria fácil e recomendo a todos!
Abraços e até o próximo post! A peço, que caso vcs tenham gostado, repassem adiante o blog! Obrigado!